Tendência em outros países, as ferramentas de acompanhamento em tempo real no setor de transportes devem ganhar tração nos próximos meses aqui no Brasil. Isso porque — além das empresas de logística já desejarem os benefícios desses sistemas no dia a dia — o governo federal lançou um novo pacote econômico de incentivo à indústria que deve colaborar para alavancar ainda mais a tecnologia no país.
A política para desenvolvimento da indústria nacional, lançada nesta semana, prevê R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026 e tem, entre as missões, reduzir 20% o tempo de deslocamento das pessoas para o trabalho, além de ampliar a participação nacional na cadeia da indústria do transporte. Além disso, busca ampliar de 23% para 90% as indústrias digitalizadas e triplicar a participação nacional no segmento de novas tecnologias.
Fora esse incentivo federal, o uso de ferramentas em tempo real já apresentava ganhar tração no final do ano passado. De acordo com dados da Allied Market Research, em 2022, quase US$ 25 bilhões foram investidos em sistemas de logística digital e a perspectiva é que esse mercado alcance mais de US$ 155 bilhões em investimentos até 2032. Nessa mesma linha, um estudo da McKinsey com transportadores apontou que 87% deles vem, desde 2020, mantendo ou aumentando os investimentos em logística digital; ao passo que 93% pretende seguir com esse movimento estratégico no decorrer dos próximos 3 anos. Só o segmento de alimentos, por exemplo, deve investir em ferramentas de rastreabilidade, o equivalente a US$ 21,8 bilhões em todo o mundo até 2025.
Para Junior Cavalca, diretor de novos negócios da Divelog, muito mais do que ferramentas que acompanham em tempo real a mercadoria, o setor precisa de soluções que consigam prever desajustes antes mesmo deles acontecerem. Como é o caso da Softles, sistema que, prevendo as regras de operação, atua em tempo real antes de sair do padrão definido.
O que é a Softles
A Softles nasceu da experiência de três executivos de diferentes setores — transporte, logística e tecnologia — com o objetivo de desenvolver uma ferramenta eficiente para controlar, analisar e gerenciar os tempos e movimentos de veículos automotores e empilhadeiras. “O software tem característica pró ativa, ou seja, analisa os dados que foram definidos na regra de negócio e antecipa ‘inputs’ dos casos de não cumprimento das mesmas, assim como gera relatórios e "dashboards" em tempo real na torre de controle. Este nível de gestão pró-ativa é uma dor dentro do setor logístico, especialmente para transportadores e embarcadores”, explica Cavalca, ao frisar que a tecnologia disponibiliza um alto nível de controle da operação, aumentando a produtividade através de uma análise precisa e analítica de tempos e movimentos.